Apresentação do Curso

A necessidade de organizar e administrar complexos sistemas de produção industrial iniciou, a partir do século XIX, o desenvolvimento da Engenharia de Produção. Embora sua origem como área de engenharia tenha ocorrido na Engenharia Mecânica, foi observado na década de 70 que os conceitos e métodos próprios da Engenharia de Produção avançaram, tornando-se independentes de qualquer área tecnológica, sendo hoje aplicados a todas as engenharias.

Desde a sua implantação no País, em 1958 (EPUSP/USP/SP), a Engenharia de Produção ampliou consideravelmente seu campo de atuação. Atualmente, existe uma forte valorização dos profissionais egressos de cursos de Engenharia de Produção, graças a sua capacidade de identificar, formular e solucionar problemas ligados às atividades de projeto, operação e gerenciamento do trabalho e de sistemas de produção de bens e/ou serviços, considerando seus aspectos econômicos, sociais e ambientais, com visão ética e humanística.

De acordo com o documento “Engenharia de Produção: grande área e diretrizes curriculares”, elaborado pela Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO, 1998), “ Compete à Engenharia de Produção o projeto, a operação, a melhoria e a manutenção de sistemas produtivos integrados de bens e serviços, envolvendo homens, materiais, tecnologia, informação e energia. Compete ainda especificar, prever e avaliar os resultados obtidos destes sistemas para a sociedade e meio ambiente, recorrendo a conhecimentos especializados da matemática, física, ciências humanas e sociais, juntamente com os princípios e métodos de análise e projeto da engenharia.”

A necessidade do mercado por profissionais com formação mais plural, aptos a integrar de forma sistêmica todas as variáveis dos processos produtivos é refletida no aumento dos cursos de graduação em EP. Atualmente, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), são mais de 200 cursos de graduação em EP.

A seguir segue o  texto elaborado por Ricardo Naveiro, professor da UFRJ.

A Engenharia de Produção se dedica ao projeto e gerência de sistemas que envolvem pessoas, materiais, equipamentos e o ambiente. Ela é uma engenharia que está associada as engenharias tradicionais e vem ultimamente ganhando a preferência na escolha dos candidatos à engenharia. Ela é sem dúvida a menos tecnológica das engenharias na medida que é mais abrangente e genérica, englobando um conjunto maior de conhecimentos e habilidades. O aluno de engenharia de produção aprende matérias relacionadas a economia, meio ambiente, finanças, etc., além dos conhecimentos tecnológicos básicos da engenharia.

Qual a diferença entre engenharia de produção e administração de empresas?

A engenharia de produção tem um conteúdo tecnológico, isto é o aluno cursa as disciplinas básicas de química, física e matemática complementadas por um conjunto de matérias de engenharia, tais como materiais, desenho técnico, eletrotécnica, automação industrial etc… É claro que a profundidade que o aluno estuda essas matérias técnicas é menor que a dos seus colegas da engenharia elétrica, mecânica, etc. Ambas as carreiras têm matérias sobre administração, comércio, contabilidade e técnicas de gerência. Na engenharia de produção essas matérias estão mais voltadas para a realidade industrial.

O curso de engenharia de produção não fica um curso muito superficial, onde o aluno acaba não aprendendo nada?

 Não, o engenheiro de produção é o único profissional do mercado que consegue enxergar os problemas de forma global, não fragmentada. Ele conhece os diversos problemas industriais e as tecnologias que são necessárias para resolvê-los, mas nem sempre é a pessoa que irá se concentrar no detalhe da resolução.

Nesse caso, o engenheiro de produção então depende sempre de outros profissionais para resolver os problemas?

Isso é parcialmente verdadeiro para os problemas tecnológicos, principalmente para os problemas mais complexos. Mas, nem todas as empresas são do tamanho da Petrobrás, pelo contrário a maioria das empresas são de médio e pequeno porte, de forma que muitas delas tem problemas tecnológicos de baixa complexidade perfeitamente resolvíveis por um engenheiro de produção.

Qual é então a área específica de conhecimento de um engenheiro de produção?

O engenheiro de produção tem como área específica de conhecimento os métodos gerenciais, a implantação de sistemas informatizados para a gerência de empresas, o uso de métodos para melhoria da eficiência das empresas e a utilização de sistemas de controle dos processos da empresa. Tudo o que se refere as atividades básicas de uma empresa tais como planejar as compras, planejar e programar a produção e planejar e programar a distribuição dos produtos faz parte das atribuições típicas do engenheiro de produção. É por isso que o engenheiro de produção pode trabalhar em praticamente qualquer tipo de indústria.

Em que setores da economia trabalha um engenheiro de produção?

Em vários setores tais como:

Indústrias de automóveis, eletrodomésticos, de equipamentos, etc. enfim setores que fabricam algum tipo de produto.

Empresas de serviços tais como: empresas de transporte aéreo, transporte marítimo, construção, consultoria em qualidade, hospitais, consultoria em geral e cursos, etc.

Instituições e empresas públicas tais como: Correios, Petrobrás, Agência Nacional de Energia, Agência Nacional de Petróleo, BNDEs, etc.

Empresas privadas de petróleo, usinas de açúcar, empresas de telefonia, agroindústrias, indústrias de alimentos, bancos (parte operacional), seguradoras e fundos de pensão.

Bancos de investimento (na análise de investimentos)

O que faz um engenheiro de produção?

Ele pode trabalhar em diversas áreas da empresa:

Área de operações: execução da distribuição dos produtos, controle de suprimentos,

Área de planejamento: estratégico, produtivo, financeiro,

Área financeira: controle financeiro, controle dos custos, análise de investimentos.

Área de logística: planejamento da produção e da distribuição de produtos

Área de marketing: planejamento do produto, mercados a serem atendidos,

Como está o mercado para os engenheiros de produção?

Considerando-se a situação atual de retração do mercado de engenharia no Brasil, o mercado de engenharia de produção é sem sombra de dúvida o que desfruta da melhor situação. Todos os engenheiros de produção vêm conseguindo boas colocações no mercado principalmente em função do seu perfil que coincide com o que se está demandando nos dias de hoje: um profissional com uma sólida formação científica e com visão geral suficiente para encarar os problemas de maneira global.

O mercado de trabalho para o engenheiro de produção tem-se mostrado extremamente diversificado. Além do mercado tradicional (empresas e empreendimentos industriais), altamente instável e dependente da estabilidade econômica, uma série de setores/áreas passaram a procurar os profissionais formados pelas melhores universidade em engenharia de produção.

O ponto em comum entre todas as áreas citadas abaixo é o dinamismo e sua alta taxa de crescimento. São setores que tem crescido mesmo quando a economia como um todo tem se estagnado e todas as previsões são unânimes em considerá-los como extremamente promissores no futuro (próximos 5 anos). Os principais são: finanças, telecomunicações, atuaria, informática e Internet.

 

 


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